BIBLIOTECA / CASA DA LIVRARIA
A Casa da Livraria do Palácio de Mafra é a maior biblioteca europeia do século XVIII numa única sala, com 1000 metros quadrados. Aqui se reúnem cerca de 30.000 volumes que refletem os principais temas da cultura iluminista, mais racional e científica, predominando temas religiosos, mas também de medicina, farmácia, história, geografia, literatura, filosofia, arquitetura e arte, direito, literatura, etc.
A Casa da Livraria do Palácio de Mafra é uma das maiores bibliotecas europeias do século XVIII, numa única sala, com 1000 metros quadrados. Aqui se reúnem cerca de 30.000 volumes que refletem os principais temas da cultura iluminista, mais racional e científica, predominando temas religiosos, mas também de medicina, farmácia, história, geografia, literatura, filosofia, arquitetura e arte, direito, literatura, etc.
A instalação das estantes ocorreu em 1776 e, apenas em 1791, os livros foram distribuídos nas prateleiras. No início do século XIX, Frei João de Santa Ana finalizou o segundo inventário dos livros e organizou-os conforme ainda hoje se mantêm, estando a parte norte reservada aos temas religiosos, e a parte sul, às ciências exatas e a temas de caráter civil.
As estantes, desenhadas pelo arquiteto mafrense Manuel Caetano de Sousa, permanecem inacabadas, faltando os fingidos de mármore, os frisos a ouro e os retratos dos principais escritores.
Além dos livros impressos, também aqui existe uma importante coleção de livros de música, de incunábulos (obras impressas entre 1455 e 1500, como a Crónica de Nuremberga, de 1493), e uma coleção de livros manuscritos e iluminados, como os Livros de Horas, do século XV.
Dispõe de várias raridades bibliográficas, como a primeira tradução latina do Alcorão (1543), uma Bíblia poliglota em sete línguas (1514), obras de Gil Vicente anotadas pela Inquisição (1561), o atlas aguarelado – Teatro de la Tierra Universal, de Abraham Ortelius (1588), La Cosmographie Universelle, de Sebastian Munster (1568), os 33 volumes de La Galerie Agreable do Monde (1690) e a coleção de folhetos – Biblioteca Volante, de Frei Matias da Conceição (recolhidos entre 1736 e 1760), entre outros.
No seu arquivo subsiste uma vasta coleção de partituras musicais de diversos compositores: Marcos de Portugal, João de Souza Carvalho, José Joaquim dos Santos, João José Baldi, entre outros, muitas delas destinadas aos órgãos da Basílica.
Confirmando a importância da Biblioteca de Mafra, o Papa Bento XIV concedeu-lhe uma bula, em 1754, autorizando a que aqui se conservassem livros proibidos pelo Index, obras consideradas subversivas ou por tratarem de temáticas condenadas pela Igreja e pelo Estado.
A Biblioteca do Palácio de Mafra dispõe de uma condição ambiental peculiar já que pelo menos duas colónias de morcegos asseguram a sua desinfestação regular, dizimando insetos que se alimentam de madeira ou dos próprios livros.